Structs em Swift: guia completo para iniciantes

Rocketseat

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Se você está começando na programação Swift, provavelmente já ouviu falar das structs. Mas por que elas são tão importantes no desenvolvimento iOS com Swift? Neste artigo, vamos descobrir o que são Structs em Swift, entender sua sintaxe, ver exemplos práticos e compará-las com classes. Você vai aprender as principais diferenças (como struct vs classe em Swift), o conceito de tipos por valor e imutabilidade no Swift e quando usar cada um e boas práticas para tirar o máximo proveito das structs.
Prepare-se para mergulhar no universo das structs – ao final, você estará pronto para aplicar esses conceitos em seus projetos iOS. Vamos lá?
O que são structs em Swift
As structs (ou estruturas) em Swift são modelos (blueprints) para criar tipos de dados personalizados que podem conter propriedades (dados) e métodos (funções). Assim como as classes, elas permitem agrupar valores e comportamentos, mas com uma diferença crucial: structs são tipos por valor. Isso significa que cada instância de uma struct mantém sua própria cópia independente dos dados, ao contrário das classes, que são tipos por referência e compartilham a mesma instância em memória quando copiadas ou passadas adiante.
Para entender melhor, pense na seguinte analogia: você e um amigo estão trabalhando em um documento de texto. Se você envia uma cópia do documento para ele por e-mail, cada um terá sua versão – você pode editar a sua à vontade que não interfere na do amigo, e vice-versa. Isso é como funciona uma struct (tipo por valor): ao atribuir uma instância a uma nova variável ou passá-la a uma função, o Swift faz uma cópia dessa instância. Já se você compartilha um link do Google Docs com seu amigo, ambos estarão editando o mesmo documento online. Essa é a ideia de uma classe (tipo por referência): ao atribuir uma instância de classe para outra variável, não há cópia, e sim duas referências apontando para o mesmo objeto em memória. Alterações feitas através de qualquer referência afetam o objeto compartilhado.
Resumindo, structs em Swift são tipos por valor, ideais para representar dados que devem ser copiados e mantidos independentes, garantindo que nenhuma outra parte do código altere inesperadamente seu valor. Esse comportamento ajuda a evitar bugs e torna o código mais previsível. Veremos isso na prática em breve!
Sintaxe básica das structs
Declarar uma struct em Swift é simples. Você utiliza a palavra-chave
struct
seguida do nome (começando com letra maiúscula por convenção) e define suas propriedades e métodos dentro de chaves. Vamos criar um exemplo:struct DevRocketseat { let nome: String // propriedade constante (não muda após inicialização) var stack: String // propriedade variável (pode mudar depois) var experiencia: Int // anos de experiência ou nível do desenvolvedor }
No exemplo acima, definimos uma struct chamada
DevRocketseat
que modela um desenvolvedor da Rocketseat. Ela tem três propriedades: nome
(constante, declarada com let
), stack
(área ou tecnologia em que atua, variável com var
) e experiencia
(um número inteiro representando experiência/nível, também variável). Usamos let
em nome
porque em nosso cenário o nome do dev não vai mudar, enquanto usamos var
em stack
e experiencia
pois essas informações podem evoluir (o dev pode mudar de área ou ganhar mais experiência). Essa é uma boa prática: torne imutáveis (let) todos os dados que não precisam mudar, garantindo imutabilidade sempre que possível.Structs podem ter tanto propriedades armazenadas (var ou let) quanto propriedades computadas e métodos. Ou seja, diferentemente de linguagens como C, as structs em Swift são bem poderosas – você pode adicionar funcionalidades dentro delas e não apenas dados.
Criando e usando instâncias
Depois de declarar nossa struct, vamos criar instâncias (objetos) dela e acessar seus dados. Uma vantagem das structs em Swift é que o compilador automaticamente gera um memberwise initializer (inicializador por membro) para você. Isso quer dizer que podemos criar um
DevRocketseat
passando valores para cada propriedade na ordem em que foram declaradas, sem precisar escrever um inicializador manualmente.Por exemplo:
var dev = DevRocketseat(nome: "Diego", stack: "Mobile iOS", experiencia: 5) // Usamos o "memberwise initializer" gerado automaticamente. // Acessando propriedades: print(dev.nome) // Diego print(dev.stack) // Mobile iOS // Modificando uma propriedade (porque "dev" é var e stack é var): dev.stack = "Fullstack" // dev.nome = "Diego Fernandes" // Isto seria erro, pois nome é let (imutável) // Depois da modificação: print(dev.stack) // Fullstack
No código acima, criamos uma variável
dev
do tipo DevRocketseat
passando nome, stack e experiencia. Internamente, o Swift usou o inicializador automático que espera esses três parâmetros – por isso chamamos de memberwise initializer, já que possui um parâmetro para cada membro (propriedade) da struct. Em seguida, acessamos dev.nome
e dev.stack
normalmente, assim como faríamos em uma classe ou em uma struct inicializada. Perceba que alteramos dev.stack
diretamente, já que dev
foi declarado com var
(mutável) e stack
é uma propriedade variável. Tentamos ilustrar que não podemos alterar dev.nome
depois, pois foi definido como constante (let
) na struct – se você remover o comentário daquela linha, o Swift não vai compilar e reclamará que nome é uma propriedade somente leitura.Outro detalhe importante: se a instância em si for declarada com
let
, você não conseguirá alterar nenhuma de suas propriedades posteriormente, mesmo as que são var
. Por exemplo, let dev2 = DevRocketseat(...); dev2.stack = "Algo"
resultaria em erro, pois ao marcar a instância como constante, ela se torna imutável por completo (o que é diferente do comportamento das classes). Portanto, use var
para instâncias que você pretende mudar ao longo do tempo, e let
para instâncias que serão constantes após criação.A mágica do tipo por valor
Vamos ver em ação o comportamento de cópia das structs. Como mencionado, structs são tipos por valor: ao atribuir uma instância de struct a uma nova variável, o Swift cria uma cópia independente daquela instância. Isso significa que modificar a nova variável não afeta a instância original. Essa independência evita efeitos colaterais indesejados e é uma das principais vantagens de usar structs.
Confira este exemplo prático:
var dev1 = DevRocketseat(nome: "Mayk", stack: "Mobile", experiencia: 3) var dev2 = dev1 // Aqui, dev2 recebe uma CÓPIA de dev1 // Vamos modificar dev2.stack: dev2.stack = "Data Science" // Valores atuais: print(dev1.stack) // Mobile print(dev2.stack) // Data Science
No código acima, criamos
dev1
e depois fazemos dev2 = dev1
. Como DevRocketseat
é uma struct (tipo por valor), isso duplica os dados de dev1
para dentro de dev2
. Agora existem duas instâncias separadas na memória, ainda que com valores iniciais iguais. Alteramos dev2.stack
para "Data Science", e ao imprimir vemos que dev1.stack
permaneceu "Mobile". Ou seja, mudar dev2
não teve qualquer efeito em dev1
– exatamente como era esperado. Esse comportamento seria diferente se
DevRocketseat
fosse uma classe: ao fazer var dev2 = dev1
com classes, dev2
referenciaria o mesmo objeto que dev1
, e então mudar dev2.stack
também mudaria dev1.stack
(pois ambas apontariam para os mesmos dados). Com structs isso não acontece, cada variável mantém seu próprio estado. Assim, podemos passar estruturas como valores entre funções ou camadas da aplicação sem nos preocuparmos que alguma parte distante do código modifique nosso dado por debaixo dos panos.Em resumo: a “mágica” do tipo por valor é dar essa segurança de independência. Você tem controle total sobre seus dados e sabe que nenhuma outra parte do programa irá alterá-los inadvertidamente. Isso contribui para um código mais confiável e fácil de entender (menos efeitos colaterais, mais local reasoning como diz a Apple).
Adicionando comportamento com métodos
Além de armazenar dados, as structs podem encapsular comportamentos através de métodos (funções dentro da struct). Isso nos permite manipular ou exibir os dados da struct de forma mais estruturada. Vamos adicionar alguns métodos à nossa struct
DevRocketseat
para demonstrar:struct DevRocketseat { let nome: String var stack: String var experiencia: Int // Método não-mutante (não altera o estado) func saudacao() { print("Oi! Eu sou \(nome) e trabalho com \(stack).") } // Método mutante (altera o estado da struct) mutating func concluirProjeto() { experiencia += 1 print("Projeto concluído! \(nome) agora tem \(experiencia) de experiência.") } } var devMayk = DevRocketseat(nome: "Mayk", stack: "Mobile", experiencia: 2) devMayk.saudacao() // Chama método normal devMayk.concluirProjeto() // Chama método que altera o estado print(devMayk.experiencia) // 3 (valor foi incrementado pelo método mutante)
No código acima, acrescentamos dois métodos à struct. O método
saudacao()
simplesmente imprime uma mensagem usando os dados do DevRocketseat
e não altera nenhum atributo – repare que ele não está marcado como mutating
. Já o método concluirProjeto()
altera a propriedade experiencia
(simulando que o dev ganhou um ponto de experiência ao concluir um projeto), por isso, ele é marcado com a palavra-chave mutating
.Por que usar
mutating
? Em Swift, structs (e enums) são tipos por valor, então quando um método de instância é chamado, por padrão ele não pode modificar o self
(já que isso equivaleria a substituir a instância por uma nova cópia dentro daquele escopo). Ao marcar um método como mutating
, estamos sinalizando que esse método irá mudar os dados internos da struct. Isso é necessário porque, conceitualmente, alterar uma propriedade de uma struct é como recriar aquele valor – diferente das classes onde as propriedades podem ser modificadas livremente via referência. Assim, o Swift exige mutating
para permitir a modificação e garantir essa distinção. Se tentássemos fazer experiencia += 1
dentro de um método sem mutating
, teríamos um erro de compilação.Vale notar que classes não precisam do
mutating
em métodos, pois como tipos de referência elas podem ter propriedades alteradas mesmo estando em constantes (desde que as propriedades sejam vars). Mas nas structs, como vimos, uma instância constante não deixa modificar nada. Portanto, métodos que alteram propriedades só podem ser chamados em instâncias variáveis (var
) e devem ser declarados com mutating
. Nosso exemplo devMayk
é var
, então podemos chamar devMayk.concluirProjeto()
de boa. Se fosse let devMayk
, a chamada do método mutante seria proibida pelo compilador.Com métodos, conseguimos adicionar comportamentos úteis às nossas structs, mantendo dados e funções que os manipulam bem organizados dentro de um só tipo. Isso ajuda a seguir princípios de encapsulamento e torna o código mais legível e manutenível. No exemplo, poderíamos facilmente adicionar outros métodos, como um para mudar a stack do dev, validar dados, etc., mostrando que structs são bastante flexíveis.
Structs vs. classes em Swift
Agora que já exploramos bastante as structs, você deve estar se perguntando: "Afinal, quais as diferenças entre structs e classes em Swift, e quando usar cada uma?". Vamos resumir as principais características de Struct vs. Classe em uma tabela para facilitar:
Característica | Struct (tipo por valor) | Classe (tipo por referência) |
Semântica de cópia | Copiada em atribuições e passagem para funções – cada variável recebe uma cópia independente dos dados. Alterar uma cópia não afeta as outras. | Compartilhada em atribuições – ao atribuir uma instância de classe a outra variável, ambas referenciam o mesmo objeto em memória. Alterações através de uma referência refletem nas outras. |
Imutabilidade da instância | Se uma instância de struct for declarada com let , ela é completamente imutável (nenhuma propriedade pode ser alterada após a criação). Em instâncias var , apenas propriedades declaradas como var podem mudar. | Mesmo declarada com let , uma variável de classe permite mudar suas propriedades internas var, pois o que é constante é apenas a referência ao objeto. Ou seja, instâncias de classe têm comportamento mutável mesmo em constantes, diferentemente das structs. |
Herança | Não suporta herança. Não é possível derivar uma struct de outra struct ou classe. Cada struct é independente e não pode ser subclassificada. | Suporta herança. Pode criar uma classe “filha” que herda propriedades e métodos de outra classe “pai”, permitindo reutilização e polimorfismo. |
Inicialização | Possui inicializador padrão memberwise gerado automaticamente para todos os seus atributos (quando nenhum inicializador customizado é definido), facilitando criar instâncias. | Não possui um inicializador automático completo se houver propriedades sem valor default. É preciso definir um init manualmente para garantir que todas as propriedades sejam inicializadas corretamente (a não ser que todas tenham valores padrão). |
Deinitialização | Não possui método deinit . Instâncias de structs são desalocadas automaticamente quando saem de escopo, sem overhead de gerenciamento de memória (não usam ARC). | Pode implementar um deinit . Instâncias de classe são gerenciadas pelo ARC (Automatic Reference Counting), e somente são desalocadas quando nenhuma referência apontar para elas. Isso adiciona um leve overhead, mas permite executar lógica de limpeza em deinit se necessário. |
Como podemos ver, a diferença fundamental está na semântica de valor vsersus referência e nas implicações disso. Structs copiam dados, classes compartilham. Structs não suportam herança, enquanto classes sim. Além disso, structs tendem a ser mais simples em termos de ciclo de vida (sem
deinit
, gerenciamento de memória automático pelo compilador), enquanto classes oferecem mais recursos “sofisticados” (herança, polimorfismo, deinitializers), porém com mais complexidade (necessidade de ARC, atenção a referências para evitar memory leaks, etc.).Ambas structs e classes podem: definir propriedades e métodos, conformar a protocolos, ser estendidas via extensions, e usar recursos como genéricos. Mas existem protocolos específicos que só classes podem adotar (por exigirem referência), embora isso seja caso mais avançado. Para a maioria dos usos comuns, você pode escolher entre struct ou classe conforme as características acima se alinharem à necessidade do seu modelo de dados.
Quando usar structs e quando usar classes
Diante das diferenças, surge a pergunta: quando usar struct em Swift e quando usar classe? A resposta curta dada pela Apple é: prefira usar Structs sempre que possível, a menos que precise dos recursos específicos de classes. Ou seja, comece modelando seu dado como struct e só opte por classe se identificar a necessidade de referência compartilhada, herança ou alguma funcionalidade que só a classe oferece.
Quando optar por structs em Swift:
- Para dados relativamente simples e imutáveis, ou que representam um valor em si. Por exemplo, coordenadas (x,y), cores (r,g,b), ou mesmo modelos de dados como
Usuario
,Produto
, etc., onde faz sentido cada instância ser independente. (Muitos exemplos de struct no Swift seguem essa ideia, inclusive os tipos básicos Int, String, Array e Dictionary são structs.)
- Quando você não precisa de herança ou hierarquia de tipos. Structs são ótimas para agrupar dados e comportamentos específicos sem a sobrecarga de um sistema de herança.
- Quando cópias são preferíveis a referências compartilhadas – isto é, você quer evitar efeitos colaterais. Se duas partes do código devem trabalhar com os mesmos dados sem interferir uma na outra, passar uma struct vai garantir isolamento.
- Para aproveitar a segurança de thread e consistência: structs imutáveis especialmente são thread-safe por natureza, pois não existe condição de corrida em algo que não muda. Múltiplas cópias podem ser manipuladas em paralelo sem problemas.
- Desempenho: structs são alocadas na stack (pilha) em vez de no heap, quando possível, o que costuma ser mais eficiente (menos carga de GC/ARC). Para tipos pequenos, isso traz benefícios de performance. Além disso, o Swift pode otimizar cópias de structs eliminando duplicações desnecessárias (copy-on-write é usado em coleções, por exemplo), tornando o uso de structs bastante eficiente na prática.
Quando optar por classes em Swift:
- Quando você precisa de herança ou polimorfismo. Se seu modelo naturalmente exige uma classe base e especializações (subclasses) que estendem ou modificam comportamento, então classe é a escolha (já que struct não permite herança). Por exemplo: estruturas de dados hierárquicas, modelos em que faz sentido um tipo ser substituível por outro em tempo de execução.
- Quando é necessário que múltiplas partes do código compartilhem a mesma instância e reflitam mudanças umas para as outras. Ou seja, um caso de estado compartilhado. Por exemplo, um objeto único de configuração da aplicação, ou um controlador que várias telas acessam – cenários onde ter cópias separadas causaria inconsistências. Nesse caso, classes (referência) fazem sentido. (Mas lembre-se: estado compartilhado demais pode aumentar complexidade e exigir sincronização de mudanças.)
- Interoperabilidade com código Objective-C ou frameworks do iOS que exigem classes. Muitos elementos do UIKit/AppKit são classes (UIView, UIViewController, etc.), e espera-se que você os subclassifique para customizar comportamento. Se você está trabalhando com APIs que pedem herdar de uma classe específica ou usar referências (delegates tradicionais, por exemplo), não há muito o que fazer: use classes.
- Quando você precisa de algum recurso específico de classes, como identidade única (por exemplo, implementar um pattern Singleton ou comparar objetos pelo ponteiro), ou um
deinit
para liberar recursos externos (arquivos, sockets) quando o objeto for desalocado.
- Em alguns casos de desempenho ou design, pode ser preferível usar classe para evitar cópias muito custosas. Por exemplo, se seu objeto carrega um grande volume de dados que seria pesado duplicar em memória, uma classe permite passar apenas a referência. (Entretanto, avalie bem – copiar por valor às vezes é menos custoso do que parece, graças a otimizações do Swift.)
Resumindo as recomendações: se seu tipo de dado pode ser concebido como um valor (como ocorre com a maioria dos modelos de dados e estruturas básicas), vá de struct. Você ganhará em simplicidade, segurança contra efeitos colaterais e possivelmente desempenho. Use class apenas quando realmente precisar de compartilhamento de instância ou herança. Essa é inclusive a direção incentivada pela Apple: “no geral, prefira structs sobre classes”, já que se você não precisa do comportamento de referência, não há por que assumir a complexidade extra.
Boas práticas com structs
Antes de encerrarmos, vale apontar algumas boas práticas ao trabalhar com structs em Swift, para escrever um código ainda mais robusto:
- Imutabilidade é sua amiga: sempre que possível, defina as propriedades de uma struct como
let
(imutáveis). Isso faz com que cada instância seja criada já com valores que não mudarão, tornando seu código mais previsível e seguro. No nosso exemploDevRocketseat
, fizemosnome
como let porque não esperamos que o nome mude – essa decisão de design previne alterações acidentais. Além disso, tente manter instâncias de struct também como constantes (let
) sempre que não precisar modificá-las. Imutabilidade elimina uma classe de bugs relacionados a estado variando ao longo do tempo. Caso precise mudar alguma propriedade, então sim, usevar
, mas conscientemente. Lembre-se: em Swift, valor imutável até que precise ser mutável é um mantra importante.
- Conformar a protocolos úteis: structs podem adotar protocolos para ganhar funcionalidades extras ou se adequar a certas interfaces. Três protocolos muito úteis são Equatable, Codable e Hashable:
- Equatable: permite comparar duas instâncias da sua struct com o operador
==
. Ao conformar sua struct aEquatable
, o Swift (desde Swift 4.1) geralmente consegue sintetizar automaticamente a implementação do==
, comparando todas as propriedades para você. Ou seja, basta declararstruct DevRocketseat: Equatable { ... }
que você já pode fazerdev1 == dev2
para verificar se todas as propriedades são iguais, sem escrever uma linha de código extra. É uma boa prática tornar structs Equatable quando fizer sentido compará-las – isso “as faz se comportar como valores”, assim como tipos básicos (por exemplo, você espera que doisInt
s possam ser comparados com==
, o mesmo deve valer para duas instâncias de um modelo seu). - Codable: possibilita facilmente codificar/decodificar a struct para formatos externos, como JSON. Marcando sua struct como
Codable
(que é basicamenteEncodable & Decodable
), o Swift também gera automaticamente o código para converter suas propriedades para JSON e vice-versa, desde que todos os tipos internos também sejam Codable. Isso é super útil para enviar/receber dados de APIs ou salvar configurações. Por exemplo, você poderia converter umDevRocketseat
em um dicionário/JSON para enviar a um servidor ou persistir localmente, tudo isso com pouquíssimo esforço graças ao Codable. - Hashable: faz com que a struct possa ser usada em contextos que requerem hashing, como chaves de
Dictionary
ou elementos de umSet
. Assim como Equatable, o Hashable pode ser sintetizado automaticamente pelo compilador para suas structs. Basta declarar conformância e pronto – agora você pode colocar instâncias da sua struct em um conjunto ou usar como chave de dicionário sem implementar manualmente o cálculo de hash. (Detalhe: em Swift, ao marcar uma struct como Hashable, ela ganha Equatable automaticamente, pois é requisito.)
Esses protocolos aumentam o poder das suas structs sem muito trabalho. Como boa prática, avalie quais fazem sentido para cada novo tipo que você criar. Por exemplo, se você tem uma struct
Podcast
com propriedades título e host, talvez queira que ela seja Equatable (para saber se dois podcasts são iguais) e Codable (para facilmente salvar ou enviar seus dados). Adicionar isso é tão simples quanto adicionar : Equatable, Codable
na declaração.- Inicializadores customizados: Embora o Swift nos dê o memberwise initializer, muitas vezes é útil definir um
init
customizado para uma struct. Você pode querer adicionar alguma lógica de validação ou conveniência na criação dos objetos. Por exemplo, poderíamos querer impedir queexperiencia
seja negativa ao criar umDevRocketseat
– poderíamos escrever um init que fazself.experiencia = max(0, experiencia)
garantindo isso. Ou talvez fornecer um jeito de criar um DevRocketseat com valor default para experiência, facilitando a vida:init(nome: String, stack: String) { self.nome = nome; self.stack = stack; self.experiencia = 0 }
. Inicializadores customizados tornam o uso da struct mais seguro e expressivo. Só tome cuidado: ao definir um init custom, o inicializador automático padrão deixa de ser gerado pelo Swift. Então, se você ainda quiser o memberwise initializer além do seu customizado, terá que implementá-lo manualmente ou usar uma extension para não sobrescrever completamente os inits gerados. Em resumo, use inicializadores customizados quando precisar garantir consistência dos dados ou oferecer formas alternativas de criar instâncias.
- Documentação e legibilidade: como structs muitas vezes representam modelos de dados importantes da sua aplicação, documente-as e nomeie propriedades claramente. Dê preferência a nomes descritivos e, se necessário, adicione comentários ou use a sintaxe de documentação do Swift para explicar partes não óbvias. Assim como fizemos nos exemplos, deixar claras as intenções (o que é constante, o que pode mudar, o significado de cada propriedade) ajuda outros desenvolvedores – e você no futuro – a entenderem o código rapidamente.
Seguindo essas boas práticas, suas structs serão fáceis de usar, seguras e eficientes. Swift foi projetado para tirar grande proveito de structs, então vale a pena abraçar esse recurso com consciência.
Conclusão
Neste artigo, exploramos a fundo as Structs em Swift – desde o que são e por que são importantes, passando por sintaxe básica e exemplos práticos, até diferenças entre structs e classes, e dicas de quando usar cada um. Vamos recapitular rapidamente os pontos-chave:
- Structs são tipos por valor: cada instância carrega seus próprios dados, e cópias são independentes. Vimos como isso previne efeitos colaterais, pois alterar uma instância não afeta outra cópia.
- Classes são tipos por referência: instâncias compartilhadas, onde múltiplas referências apontam para o mesmo objeto. Útil para certos cenários, mas exige cuidado com compartilhamento de estado.
- Aprendemos a sintaxe de declaração de uma struct, a usar propriedades
let
evar
de forma apropriada, e a criar instâncias usando o memberwise initializer automático. Também vimos como modificar propriedades (ou não modificar, no caso de constantes).
- Praticamos com métodos, incluindo o uso do
mutating
para permitir que uma struct modifique seu próprio estado dentro de um método – entendendo a diferença de mutabilidade entre structs e classes.
- Comparando Struct vs Classe, destacamos as principais diferenças: semântica de valor vs referência, imutabilidade, herança, inicialização e gerenciamento de memória.
- Discutimos quando usar structs e quando usar classes. A recomendação geral é começar com struct e só recorrer a classe se houver motivo forte.
- Por fim, listamos boas práticas: favorecer imutabilidade, aproveitar protocolos como Equatable/Codable/Hashable para dar super poderes às structs, criar inicializadores customizados quando necessário e escrever código limpo e bem documentado.
Espero que este guia tenha sanado todas as suas dúvidas sobre structs e animado você a usá-las ainda mais no seu código! Como um desenvolvedor iOS em Swift, dominar structs vai te permitir construir aplicativos mais seguros, com código mais fácil de manter e menos propenso a bugs sutis. Agora é hora de praticar: que tal refatorar alguma classe simples do seu projeto em uma struct e ver tudo isso em ação? Ou criar uma nova struct para modelar aquela funcionalidade que você estava planejando? Mão na massa!
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